quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Vigorexia, Anorexia e Bulimia: o que são e como tratar?

Muitas pessoas sofrem de transtornos como Anorexia, Bulimia e Vigorexia, que atingem o cérebro, fazendo o indivíduo achar alguma deformação em seu corpo, levando-o a certas atitudes prejudiciais ao organismo. Neste post explicaremos cada uma, expondo seus sintomas e possíveis formas de tratamento.

Anorexia, um problema social.


O que é Vigorexia:
Como se enxerga um vigoréxico

O termo "vigorexia" ou "Síndrome de Adônis" (Adônis, deus grego da beleza), se refere a uma alteração no comportamento, se encaixando na categoria de "Transtornos Dismórfico Corporal", tendo uma sub classificação dada por alguns autores de "Transtorno Dismórfico Muscular", sendo comparada a doenças como a "Anorexia" e a "Bulimia" (trataremos destas ainda nessa postagem), que são transtornos obsessivos compulsivos (TOC's), mais comum em homens que praticam a musculação e almejam um corpo "perfeito".

A característica principal da Vigorexia é a distorção da imagem corporal, fazendo a pessoa ter o pensamento de que seu corpo está muito magro, a ponto de ter vergonha de exibi-lo em público e usar roupas largas na tentativa de escondê-lo, mesmo com as pessoas em que convive elogiando sua forma física.

Por ser um transtorno "comum" em pessoas que fazem atividades de musculação, faz com que esses indivíduos arrisquem sua própria saúde utilizando métodos prejudiciais ao organismo (anabolizantes, ADE, "bombas", entre outros).
Causas
É muito difícil afirmar quais são as causas, afinal, são inúmeros os fatores que geram esse tipo de transtorno, mas pode se destacar a cultura de um corpo esbelto e bonito, que influenciam muito na maneira como as pessoas se veem, além dessa pressão determinar a inclusão do sujeito nos grupos sociais que são do seu agrado, atrapalhando o desenvolvimento da autoestima e a socialização.

O vício em exercícios físicos é causado pelas altas taxas de endorfinas geradas pela prática física, já que essa substância gera a sensação de bem estar, criando a dependência química e emocional à prática física. Os grupos mais afetados por esse transtorno são os homens, na faixa etária de 18 a a 35 anos, mas nada impede que "a doença" se manifeste em mulheres. 

Algumas atividades físicas ou esportes tendem a gerar esse transtorno, sendo o fisiculturismo o destaque, já que muitas vezes, esse esporte é confundido com o transtorno. A vigorexia gera uma condição de felicidade para o "portador", já que ele anseia por um corpo musculoso diante da imagem de um porte físico fraco, fazendo com que o sujeito sinta-se extremamente culpado e fracassado.


Sintomas físicos:
 Normalmente, as pessoas que apresentam esse transtorno, tem uma visão negativa e distorcida do seu corpo, aparentando cansaço, insônia, falta de apetite, dores musculares, tremores, arritmia, queda no desempenho sexual (impotência), depressão (decepção com o próprio corpo), irritabilidade, ansiedade e a falta de interesse por atividades sem nexo com treino físico de alta intensidade, já que o mesmo leva o indivíduo a atingir "o corpo perfeito".

O foco nesse objetivo é tão grande que leva o "portador" desse transtorno à se afastar de tudo e de todos aqueles que possam interferir no seu objetivo, não se interessando por nenhum relacionamento e/ou que possam atrapalhar seu plano de treinar insana e intensamente.


Sintomas comportamentais:
Esses comportamentos são primordiais em quem tem esse transtorno, já que não existem sintomas claros da Vigorexia entre os manuais da psiquiatria atual, portanto, ela ainda não é classificada internacionalmente como um transtorno pelo CID.10 (Classificação Internacional das Doenças) e DSM.IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4ª edição), mas algumas atitudes podem chamar atenção e fazer necessário a busca por um especialista.

  • Ter vergonha do próprio corpo e sempre escondê-lo com roupas grandes;
  • Mostrar insatisfação com sua forma física, relatando estar muito magro, mesmo recebendo elogios pelo seu porte físico;
  • Não abre mão de treinar (fazer exercícios na academia) por nenhum outro programa (festas,sair com os amigos,etc);
  • Além de se sentir inferior e decepcionado (insatisfeito) com sua aparência;

É de grande importância que os amigos, familiares e todos aqueles que compõe as relações sociais do indivíduo devem se atentar para esses sinais!!!

O que é Anorexia nervosa:
A distorção da autoimagem por parte do paciente


 A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar que afeta a visão do "portador" sobre seu corpo, o tornando insatisfeito, exageradamente, com a sua massa corporal (peso) Esse transtorno torna a pessoa acometida obcecada por um suposto emagrecimento, já que sempre se acha sempre mais gorda, ou seja, acima do ideal. Portanto, ela tende a forçar vômitos, fazer grandes jejuns, se exercitar com frequência e intensidade exageradas, além de fazer uso de laxantes, diuréticos, apesar da aparência, muitas vezes, ser cadavérica.

Causas
As causa exatas são desconhecidas, mas, entre as principais causas desse distúrbio estão questões genéticas e fisiológicas, como a pré-disposição genética, níveis de serotonina e noradrenalina alterados, além do padrão imposto pela sociedade, de que a beleza e a magreza são a mesma coisa. Atingindo principalmente as mulheres (principalmente brancas com alta escolaridade), cerca de 0,5 a 1,0% delas, o número de homens diagnosticados com anorexia vem aumentando significativamente nos últimos tempos. Em algumas expectativas, essa doença mata cerca de 10% dos casos.

Com o passar do tempo, muitos problemas surgem: desidratação. hipoglicemia, insuficiência renal, anemia, arritmia, perda de massa óssea, atrofia muscular e baixa resistência contra infecções, entre tantas outras coisas. Tudo acarreta em uma séria chance de morte por parada cardíaca ou por choque hipovolêmico (choque hemorrágico). Outro fator é a mente do indivíduo acometido, os transtornos psicológicos passam a fazer parte da vida dele ou se tornam cada vez maiores, tal como a depressão, tornando maior o número de casos em  que os pacientes anoréxicos se suicidam. Normalmente a anorexia começa a se manifestar na adolescência.
Sintomas

Como é muito raro a aceitação do distúrbio pelo paciente, as pessoas que convivem com ele devem estar atentas a certos sinais e comportamentos, como perda rápida e exagerada de peso, sem pretexto algum, queda capilar, medo gigantesco de engordar, olhos fundos, preocupação excessiva com valores calóricos dos alimentos, recusa em participar de refeições com a família, depressividade e a intolerância ao frio, são sinais de alerta para a constatação da anorexia nervosa, fazendo necessária ua consulta à um psiquiatra, para diagnosticar a doença.
Tratamento
Com a anorexia nervosa confirmada, o tratamento tem que ser feito por uma equipe de médico de várias áreas, como psiquiatria, psicologia, e nutrição, tornando a recuperação gradativa do peso e da estrutura emocional mais completa. Pode ser feito o uso de medicamentos específicos, como antidepressivos, mas, mesmo após a melhora, o indivíduo deve estar sobre acompanhamento médico.
Considerando todos os transtornos que esse distúrbio traz para a vida do paciente, o tratamento é lento e como diz o ditado popular, "É melhor prevenir do que remediar", portanto, a prevenção é o melhor remédio. A atenção dos familiares se torna importantíssima, já que é conhecido que, se estimulado desde criança a se alimentar bem e praticar exercícios físicos, as chances futuras de um sujeito desenvolver a anorexia reduzem drasticamente.

Mas, como já foi dito anteriormente, a aceitação por parte do sujeito é o maior obstáculo durante o tratamento, já que a maioria do acometidos pela doença não admitem serem doentes, e quando começam o tratamento, estão em um estágio avançado de magreza. Mediante a isso, os objetivos do tratamento só se tornam possíveis a partir dessa aceitação. Um ganho de peso entre 0,5 a 1,4 kg por semana é considerado seguro, além da redução de atividades físicas e aumento das relações sociais do paciente. Alguns casos, é necessária uma permanência maior no hospital, motivos como: grande perca de peso ou subnutrição, em que o paciente tem que ser alimentado por sondas, surgimento complicações médicas ou depressão e pensamento suicida.

Normalmente, o tratamento é difícil, e necessita-se de terapias, as vezes com a família inteira, além do uso de antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor, quando o tratamento é completo. 
Exames
Outras doenças podem ser confundidas com anorexia nervosa, já que perda de peso ou atrofia muscular são sintomas de doenças como: Doença de Addison, doença celíaca ou inflamações intestinais. Portanto, os exames devem ser feito para a descoberta de um possível caso de anorexia. 

O que é Bulimia: 
Bulimia, os dois lados da dieta.

A bulimia nervosa é um distúrbio que é marcado por muitos e insaciáveis episódios de grande ingestão de comida, de alto valor calórico, seguido por atos insanos para evitar o ganho de peso (vômitos forçados, uso de laxantes e diuréticos, jejuns e prática de exercício físico em excesso). Normalmente, esse transtorno afeta as mulheres.
A bulimia, diferentemente da anorexia, não chama a atenção por corpos cadavéricos, e sim por corpos esculturais. Os portadores dessa doença cuidam de seus corpos de forma obsessiva, com dietas rigorosas, mas, de repente, se descontrolam e consomem grandes quantidades de alimentos muito calóricos, e geralmente, escondidos de todo mundo. Depois, o indivíduo sente-se extremamente culpado, usando de "artifícios" que causam danos ao organismo (inflamação da garganta, sangramentos,problemas gastrintestinais, arritmia, destruição do esmalte dos dentes,desidratação, entre outros). 
Causas 
São as mesmas da anorexia (já citadas acima), mas destaca-se a predisposição genética, a pressão da família e dos conhecidos (amigos, etc) e o padrão de beleza da sociedade atual (magreza = beleza). 
Sintomas
Os principais sintomas são: a ingestão de alimentos em grandes quantidades e em pouco tempo sem aumento correspondente da massa corporal ; Vômitos forçados; Uso de laxantes e diuréticos; dietas rigorosas intercaladas por instantâneas perdas de controle que levam ao consumo incontrolável de alimentos; distúrbios depressivos, ansiedade, comportamento obsessivo-compulsivo,auto-mutilação; variação do peso e distorção da autoimagem, além da baixa autoestima;
Como diagnosticar
O diagnóstico dessa doença é, na maioria das vezes, difícil, porque não se pode ver tão acintosamente os sintomas como os da anorexia. Tem que se levar em conta o histórico do paciente, os hábitos alimentares e a preocupação constante com o peso. Se o paciente apresentar episódios de ingestão desenfreada de comida pelo menos duas vezes por semana, por três meses ao menos, é classificado como portador de bulimia nervosa. 
Como tratar
O tratamento da bulimia passa por um acompanhamento do paciente por uma equipe formada por médicos, psicólogos, psiquiatras e nutricionistas. O uso de antidepressivos são úteis, principalmente em casos de transtornos como a depressão e a ansiedade. A psicoterapia cognitiva e comportamental dão bons frutos em um intervalo de tempo maior, e se associados com os antidepressivos e estabilizadores de humor, tornam melhor essa forma de tratamento. Não são conhecidas formas de prevenir a bulimia e a anorexia, mas, a mudança dos padrões estéticos por parte da sociedade seria um grande avanço para a saúde.
Se você conhece um portador de bulimia, não o critique, afinal, críticas podem  piorar a situação do paciente; Busque orientação médica para saber como lidar com essa incômoda situação, além de admitir que, muitas vezes, a família inteira precisa do acompanhamento médico.
Caso você seja bulímico, não se envergonhe, busque ajuda; Saiba que restrições alimentares rígidas e prolongadas pioram as crises de descontrole; Informe-se sobre os riscos que você corre se não se tratar.
Para saber mais:

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